terça-feira, 2 de outubro de 2012
Cães e Gatos
Estive há pouco tempo a falar com uma amiga minha sobre variadíssimos assuntos... tínhamos muita conversa para pôr em dia... e entre esses assuntos, o mais discutido foram os nossos planos de viagem que queremos pôr em prática em breve e, como não podia deixar de ser, falámos também sobre as relações e as ralações, complicações e afins.
Lembrei-me de uma coisa que li e que me fez rir, foi algo dito pelo Eddie Murphy: "os homens são como os cães, se deixados à solta correm, ladram, partem tudo, fazem imenso barulho, o dono põe-no de castigo, o diabo a quatro. As mulheres são como os gatos, fazem pela calada, saem de noite, ninguém sabe onde é que andam, e quando voltam fazem miau e não se fala mais nisso." Achei imensa piada a este "pensamento", embora não o considere uma verdade inquestionável. Acho que há pessoas para tudo, capaz de ter as mais variadíssimas e díspares atitudes e isso não se prende com o facto simplista de serem apenas mulher ou homem. Cada um de nós é capaz de ser "cão ou gato" conforme as situações, ou momentos.
A verdade é que nós somos condicionados sim, em grande parte, nos nossos actos pela forma como fomos educados pela sociedade, porque ninguém nasce mulher ou homem, isto ultrapassando a simples constactação dos nossos atributos fisiológicos / biológicos, a pessoa em que nos tornamos é o resultado de todas as nossas experiências / interacções com o mundo que nos rodeia. Nós somos ao mesmo tempo, agentes e produto das nossas acções e isto acontece desde a nossa primeira inspiração e consequente choro. É a sociedade que atribui um significado ao que significa ser mulher ou ser homem, aos comportamentos, gostos, manias e etcs, não somos nós que nascemos a saber todos estes factos.
Com ou sem intenção, pela acção ou ausência desta, nós fazemos e resultamos em mudança.
As frases feitas até podem ser engraçadas e ser baseadas nalgum fundo de verdade, mas não devem ser encaradas como factos absolutos, as pessoas não são estáticas, embora exista um fio de constância em cada um de nós a que podemos chamar personalidade e que permite prever pelo menos em certa medida algumas das nossas acções e reacções. Os comportamentos são passíveis de ser previstos, pelo menos em parte, mas as pessoas podem sempre surpreender-nos para o bem e para o mal.
Eu já mudei de opinião tantas vezes, já tomei decisões e voltei atrás, já me arrependi de algumas coisas mas nada de muito importante, até porque acho que os maiores arrependimentos são das coisas que não fazemos. Felizmente arrependimentos se os tenho são muito poucos, e não são significativos, tanto que neste momento nem me lembro de nenhum. Já fiz a muitas burradas ou tomei decisões menos sensatas, mas ainda assim não posso dizer que me tenha verdadeiramente arrependido, já que alguma coisa eu aprendi, nem que seja a não repetir os erros do passado.
Juízo... tenho algum... mas não muito confesso, parte de mim ainda se sente como uma criança, embora de tempos a tempos o peso dos acontecimentos me possa fazer sentir como se tivesse 100 anos, mas essa sensação felizmente não dura muito tempo. Sou mais menina que "velhota" e isso permite-me "sacudir o pó" e seguir em frente com uma certa rapidez e facilidade face às dificuldades.
Sou complicada numas coisas e simples noutras, não gosto de receber ordens ou de dar satisfações... E acima de tudo, sou FELIZ porque me sinto amada e protegida por quem mais amo e é isso que me dá leveza e confiança para ser quem sou... e os outros? os outros são os outros...
Estes turnos da noite custam a passar...
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