segunda-feira, 21 de junho de 2010

Em suspensão


Sinto-me suspensa no ar...
Que sentimento estranho este...
Não sei onde quero estar,
nem sequer onde estou agora.
Será que me devo aventurar por esse mar fora?
Será que devo enveredar por este caminho agreste?
Será que devo esperar antes de avançar?
Será que... sei lá!
São tantas as questões sem resposta...
São tantas as indecisões e hesitações...
Gosto de me lançar de cabeça,
mas mais ainda gosto de tudo fazer bem feito.
Por vezes sinto-me exposta...
será que me perco em ilusões?
O meu puzzle não está completo,
continuo à procura das peças ou peça...
Sem descanso procuro o meu leito,
preciso recolher e respirar...
Neste momento quero simplesmente ser e estar...

terça-feira, 15 de junho de 2010

Destino vs Livre-arbítrio



Destino ou livre-arbítrio? Será que tenho de escolher um dos dois? Será que um anula o outro?
À partida estes parecem ser dois conceitos opostos e que se excluem um ao outro, no entanto para mim ambos são válidos e coexistem perfeitamente. Acredito que há coisas, pessoas e acontecimentos que nos estão destinados, mas também acredito que somos nós que escolhemos o modo como abordamos e vivemos esses momentos da nossa vida...
Se numa tarde ao andar pela rua encontro uma rosa no chão, eu posso escolher passar ao lado e deixar que seja espezinhada por um mar de pessoas ou baixar-me e apanhá-la e levá-la comigo, pô-la numa jarra com água e contemplá-la e sentir o seu perfume e deixar que um sorriso se desenhe nos meus lábios apenas porque estou a apreciar um momento daqueles prazeres simples que povoam as nossas vidas e aos quais nem sempre damos o devido valor.
Porque a vida não "nos acontece" simplesmente, nós temos em nós mesmos o poder de decidir, de agir ou não agir, porque somos seres pensantes e actuantes, nós influenciamos o meio em que vivemos, estamos constantemente a alterar a nossa realidade e a realidade dos que nos rodeiam. Mesmo a mais pequena acção que possamos fazer pode ter um efeito enorme na vida de outra pessoa quando nós até podemos nem nos aperceber ou acreditar que tal seja possível.
Então pode dizer-se que o destino são as cartas que nos calham e que o nosso livre-arbítrio é aquilo que nos permite jogá-las da melhor forma possível de que nos lembramos.

domingo, 13 de junho de 2010

Espiral destrutiva



Ao conversar com alguém, não há muito tempo, dei por mim a pensar que por vezes não importa o que uma coisa nos magoa, porque deixá-la dói muito mais... eu sei bem que isso é verdade e compreendo perfeitamente como é que nos podemos deixar arrastar por essa espiral de dor porque eu mesma já lá caí, e por isso mesmo sei o quão difícil é estar no centro da espiral, querer sair e não conseguir, sentir que nos estamos a diluir e a desaparecer lentamente enquanto queremos porque não nos conseguimos afastar e não queremos porque sabemos que nos estamos a trair a nós próprios e que somos nós que continuamos a enterrar a lâmina cada vez mais fundo no nosso peito... e se custa a respirar...
Às vezes entramos por caminhos escuros que não queremos e não sabemos bem como sair de lá, mas apesar da nossa incapacidade de ver mais além, a saída está lá, ainda que ao longe, ainda que pequena, ela está lá mesmo que não a consigamos vislumbrar... custa que tenhamos de cair, percorrer o inferno onde até as lágrimas secam porque nós secamos por dentro de tão dilacerados que ficamos mas essa caminhada eventualmente acaba e finalmente a sensação de alívio e bem-estar volta a fazer parte de nós, e o mais importante é que voltamos a ser nós mesmos, a estar em contacto com a nossa essência e angústia e o sentimento de aniquilação do ego desaparece, é o renascer das cinzas, tal e qual como uma fénix... e de novo na luz olhamos para nós e contemplamos as cicatrizes que nos marcam e recordam da nossa caminhada e de novo podemos olhar com vontade e garra para a imensidão de possibilidades que se estende ante os nossos pés... e é nesse momento somos tudo e queremos tudo e não há amarras que nos prendam, não mais somos um navio naufragado, somos sim o mar imenso e rico em vida...
E porque se não há bem que sempre dure, também não há mal que não tenha fim... e a felicidade é feita de momentos e para lhe darmos valor temos de conhecer a dor, uma não existe sem a outra... é como o bem e o mal, o bem só é bem se existir o mal, caso contrário como saberíamos o que é o bem? como poderíamos diferenciar estar bem de estar mal? Seria tudo igual, a vida seria monótona porque iria correr toda no mesmo registo, não haveriam momentos bons nem momentos maus, apenas momentos todos eles com o mesmo significado, percebidos sempre da mesma maneira...
Não há ninguém que possa dizer que nunca sofreu ou que nunca foi feliz, pois todos fomos pelo menos um pouco de ambas as coisas, e não sou masoquista nem nada que se pareça, mas a verdade é que são o sofrimento e as dificuldades que nos fazem dar mais valor à felicidade e é a recordar os momentos de felicidade passados que nos faz querer ir mais além, não nos contentarmos com pouco...
Eu, quero tudo, migalhas não me convencem e nunca ficarei na sombra porque eu sou o sol e não aceito menos que isso... e sei-o por todos os maus momentos e sofrimentos pelos quais já passei, e mais ainda, por todos os momentos de felicidade completa e total que já vivi e que foram muitos, mesmo muitos.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Dia cinzento II

Não sei bem o que sinto... não sei bem o que quero... que raio de sensação é esta? Querer e ao mesmo tempo não querer... pensar mas não fazer... bolas que estou confusa... querendo ficar perto e fugir ao mesmo tempo... esta dualidade atormenta-me! estou dividida entre vontades e quereres opostos... que posso fazer para abordar esta clivagem, esta divisão?
Acho que o que quero mesmo é algo novo na minha vida, algo totalmente inusitado e que me dê liberdade para voar ao sabor das minhas vontades... há tanto que quero fazer mas que de momento não me é permitido pelas mais diversas razões, mas sendo a pessoa que sou teimosa e impaciente continuo a insistir, sei que não é possível ter tudo agora e já mas isso não me impede de continuar a desejar e caminhar na direcção que me parece correcta no momento, ainda que as minhas percepções estejam constantemente a mudar porque vou reagindo e actuando conforme o que me envolve vai também mudando... ainda assim, há muito que se mantém constante em mim... os objectivos até que se mantêm o que vai mudando são os caminhos que percorro para tentar atingi-los...
Eu realmente detesto estes dias... sou muito reactiva à ausência e/ou presença do sol, e estes dias cinzentos aumentam o meu lado mais sombrio, alimentam-me a insatisfação, a melancolia, a impaciência e a irritabilidade até... parece que não estou tão disponível... também não é que ande o tempo todo de "trombas" ou que fique necessariamente triste... nada disso (senão havia de ser lindo passar um inverno perto de mim lol)! Mas fico mais calada, mais observadora e introspectiva e com um grande sentimento de inquietude dentro de mim... sou assaltada muito mais frequentemente por dúvidas e há questões que adquirem mais peso... não sei explicar bem... Irrito-me a mim mesma!
Quero definições e caminhos novos, desenvolvimentos, surpresas, voltas e reviravoltas, gargalhadas, dançar, ser e estar, fazer e desfazer...
QUERO O SOL DE VOLTA!

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Dia cinzento...



Estava eu tão bem a desfrutar do sol e do calor... lá veio a maldita chuva de volta!
Estes dias entristecem-me um pouco... tiram-me a vontade... sei lá, não dá para explicar muito bem... parece que o mundo gira mais devagar e de modo mais pesado, o ar fica mais denso e os rostos mais tristes...
Sinto uma inquietude que não sei de onde vem, é mais difícil estar em paz... não estou de mau-humor nem nada que se pareça, sinto é uma maior tendência para a introversão porque existe uma pontinha de insatisfação difusa... por isso mesmo preciso sair daqui, ver algo diferente, ir onde não estou... e é para lá que vou :)

terça-feira, 8 de junho de 2010

Diamantes



O diamante é a pedra mais dura e mais procurada que se pode encontrar na natureza...
Um diamante em bruto pouco valor tem, é a lapidação que dá à pedra a sua forma e o seu valor e a torna no símbolo de desejo que conhecemos, pondo a descoberto a sua côr, clareza, ausência ou presença de impurezas... Assim é também o ser humano... quando vimos ao mundo somos diamantes em bruto e são as nossas vivências que nos vão "lapidando", moldando e pondo a descoberto a pessoa que somos, o que aumenta o nosso valor enquanto seres humanos.
São as coisas boas e más que vamos experienciando que nos tornam naquilo que somos... e os pedaços que de nós saltam ao sermos lapidados, são pedaços de nós mesmos que deixamos com alguém que nos marcou ou marca, ou seja, são pedaços de amor porque para deixarmos parte de nós com alguém é porque esse alguém é especial e importante para nós e porque esse alguém contribuiu para a nossa "lapidação", ou seja, ajudou-nos a tornar-nos na pessoa que somos.
Ao evoluirmos o nosso valor aumenta, quando falo em valor refiro-me à nossa riqueza enquanto pessoas e essa vai aumentando com as pessoas que vamos encontrando e conhecendo de forma mais ou menos breve, aumenta à medida que vamos passando por diferentes situações e que vamos conhecendo mais do mundo... com o tempo vamos sendo mais "nós"...

domingo, 6 de junho de 2010

Amor e amores



Amor... esse sentimento do qual andamos todos em busca.
E todos o procuramos porque como seres humanos precisamos do contacto com o outro, de nos sentir completos e unos... daí que todos (cada um à sua própria maneira) andemos em busca desse sentimento transcendente, aespacial e intemporal... mas verdade é que o único amor que realmente possuimos é aquele que nós mesmo sentimos pelo outro, não o que o tal outro ou outros possam sentir por nós, porque esse amor lhe ou lhes pertence... nós não possuímos nada que não seja intrínsecamente nosso, pois só podemos realmente conhecer aquilo que sentimos e vivemos... não quero ser mal interpretada, não há melhor que amar e sentir que somos amados, mas o que nós conhecemos é o nosso amor, o amor que vivemos dentro de nós e que damos ao outro, e além desse nosso amor, podemos conhecer a sensação do amor que nos é dado pelo outro, ou seja, o que apreendemos é a nossa percepção do amor que o outro sente por nós e nos dá, porque quem o vive e sente é o outro, esse amor pertence-lhe, só ele o pode possuir e o mesmo se passa connosco...
Acredito que todos nós nos apaixonamos e amamos pelo menos uma vez a dado momento das nossas vidas, e ainda que o amor possa não ser correspondido e nos remeta para a mais cruel das dores, o nosso amor existe, nós amamos e como tal somos ricos enquanto seres humanos e essa riqueza compensa a tristeza que daí possa advir, porque mais triste que sofrer um desgosto de amor é não ter amado nunca... não consigo viver na ausência de amor, preciso de sentir amor nem que seja aquele sentimento inicial de encantamento que nos faz flutuar e divagar em nós mesmos por alguém... dure essa sensação dias, semanas, meses ou anos... já me encantei tantas vezes, mais que uma vez pela mesma pessoa até... não penso muito no assunto, gosto de navegar ao sabor do vento e de me ir deparando com as tempestades e paraísos que vão chegando até mim e para os quais me encaminho de modo mais ou menos inconsciente... como tal considero-me uma pessoa afortunada e feliz porque existe em mim muito amor...

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Não posso...



Desculpa mas não posso...
O que pedes não te posso dar... se poderia tentar mudar? podia... mas não seria eu e como tal também não te estaria a dar aquilo que pretendes e mereces, e sabes bem que ir contra nós mesmos nunca dá bom resultado... eu nunca me iria trair assim e sabes também que nunca poderia respeitar alguém que a tal me forçasse... Sei que sabes de tudo isto e embora já não mo peças com os teus lábios, os teus olhos não mentem e sei bem o que me pedem...
Sabes quem sou, não minto nem gosto de meias verdades, se não o sentir não o digo, para mim sinceridade acima de tudo... sei que a verdade por vezes magoa, mas as mentiras magoam muito mais... eu sei e tu sabes, e por isso olhas para mim com esses olhos cheios de vontade e desejos a que não posso atender... ambos sabemos para onde navegamos...

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Sentimentos & palavras



Mesmo a mais bela rosa tem espinhos...
Mesmo o mais perfeito dos dias tem um fim...
Não sei quando estarei pronta para todas as possibilidades e responsabilidades que o tempo traz...
Não quero alguém igual a mim... o que eu quero é alguém que me faça ir a sítios onde eu não poderia ir sozinha... caso contrário não vale a pena.
Eu quero ir mais além... para lá do fim do mundo, ultrapassar a realidade banal e viver uma realidade de sonho, surreal e irrepetível... não procuro repetições e sentimentos passados, é verdade que fazem parte de mim, mas eles não são quem eu sou... sou muito mais e mais ainda quero ser... não quero sentimentos de posse ou amarras restritivas, quero liberdade de expressão do meu ser e do teu.
Quero a diferença e a originalidade, muitas gargalhadas e viagens, dias de praia e noites de inverno, olhares e gelados no frio, malícia e todas as sensações, dançar e chocolate quente, o sol, a lua e as estrelas, doçura e suavidade, paixão e emoção... muita emoção... muito amor e atracção...
Can´t help it... I want it all!

terça-feira, 1 de junho de 2010

Contemplação...





A olhar para a vida que se estende à minha frente... vejo tanta indefinição, tantos caminhos em aberto em tantas direcções, algumas contraditórias entre si mesmas... qual destes caminhos me atrai mais? qual é mais prazenteiro e original? qual deles sou mesmo eu? em qual deles é que vou encontrar o que procuro? em qual deles vou encontrar mais do que aquilo que procuro? não sei... como poderia eu conhecer uma estrada nunca antes percorrida? aliás, não posso nem quero porque a descoberta é a melhor parte da viagem, as surpresas e o inesperado são o que mais me faz vibrar e mais vontade me dá traçar este ou aquele rumo...
Se por um lado toda esta indefinição por vezes me sobressalta, por outro lado, confesso que ter toda esta liberdade me agrada...
Continuo sem saber para onde vou, mas vou dando passos (uns mais confiantes, outros mais vacilantes) à medida que o caminho se me apresenta diante dos meus pés... com mais ou menos pedras, com uma maior ou menor inclinação, em rectas ou curvas, mais fácil ou difícil... não importa, o que realmente importa é apreciar a viagem... e eu tenho apreciado bastante a minha...

Midnight dive




midnight dive...

a hot summer night
a desire that can't be delayed
a pause in life
no light but the moonlight
nothing but me and the sea
could you stayed?
I did...
Dark waters don't scare me
So I dove head first
ignoring the rocks
and I could calm my thirst...
I was finnaly there
no more roadblocks
no one to stare...
just me and sea under the amazing moon
so don't wait for me I won't go to you anytime soon