Mostrar mensagens com a etiqueta Dor. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Dor. Mostrar todas as mensagens

sábado, 23 de novembro de 2013

Pleasure and Pain




There is a thin line between pleasure and pain. So, when does the pleasure ends and the pain begins? How can you tell where's the limit? And how long are you willig to cross it? How far and for how long?
Choose one or the other, choose noone and it will choose you.
Flip the coin... can't stay too long in neither side.

domingo, 11 de novembro de 2012

As pessoas não são coisas



Às vezes penso que se a tristeza matasse havia de fazer muitas vítimas.
Parece que todos os dias, ou quase todos, me deparo com pessoas sem ânimo, com os olhos vazios e o coração cheio de solidão e tristeza... nem lágrimas têm para derramar...
Há tanta gente esquecida e abandonada em hospitais, sendo a esmagadora maioria idosos, mas não são os únicos...
Não me vou conseguir habituar nunca a isto, a ver pessoas tão sem esperança e carentes de qualquer contacto humano, às vezes só querem alguém que lhes segure a mão e que com eles troque meia dúzia de palavras, e que os faça sentirem-se verdadeiramente humanos.
Isto afecta-me mesmo, parece que a tristeza deles se cola a mim e acaba por me consumir parte da minha energia... chego a ter algumas vezes a sensação de que o sangue me vai gelar nas veias.
Todos os dias lido com perda, a perda de saúde, de vida, de sonhos, de um futuro... todos os dias vejo isso espelhado nos olhos de alguém... enfim... não me habituo, nunca me hei-de habituar. Mas apercebo-me que quem trabalha em locais assim acaba por desenvolver uma espécie de insensibilidade para se resguardar a si mesmo, à sua sanidade mental. Parecendo que não, para ajudar tem de se desenvolver uma "capa", mas essa "capa" tem de ser translúcida e não opaca e impermeável, ao mesmo tempo que serve de defesa não pode desumanizar-nos, tem de haver sensibilidade e amor pelo próximo a guiar um gosto pelo trabalho que é a nossa realidade quotidiana.
É um equilíbrio que nem sempre é fácil de manter, há quem não se consiga distanciar minimamente e acabe por absorver tudo o que o rodeia e tenha um esgotamento a dado momento, e pelo contrário, há quem se sinta endeusado e se coloque a si mesmo num pedestal, desconsiderando e distanciando-se dos restantes meros mortais. É estranho como existem seres humanos que perdem a capacidade de sentir empatia pelo próximo...
As pessoas não são coisas, e como tal assim não devem ser tratadas, especialmente nos momentos de fragilidade que acometem cada um de nós ao longo da nossa vida.
Espero nunca cair no erro / hábito de "coisificar" as pessoas e reduzi-las a um objecto unidimensional, da mesma forma que não quero ser eu própria "coisificada", já que não sou uma cómoda encostada a uma parede há anos a que ninguém liga a não ser quando lá encalham ocasionalmente. Espero nunca me esquecer que cada pessoa é um ser humano válido com vivências válidas que nem me passam pela cabeça, só porque não estão estampadas no rosto de cada um. Não é só a ausência de sorriso que denuncia que alguém não está bem, por vezes um sorriso esconde muita mágoa...
Enfim... afinal a tristeza até que mata... a tristeza sem fim vai matando aos poucos e a descoberto, à frente todos...

domingo, 16 de setembro de 2012

Sinto calafrios... toda a minha pele se arrepia!
Estou em contacto tão próximo com a dor e sofrimento humanos que parece que todo esse sofrimento que paira aqui pelo ar se quer colar a mim! E não pode ser!
Estou aqui neste palco de tristeza e não consigo evitar que toda essa dor profunda alheia me afecte de certa forma.
Conheço bem de perto a dor de perder alguém que faz parte de nós. E estar em contacto com essa dor alheia recorda-me sempre a minha própria, e a saudade perpétua que me acompanha.
Estou inquieta e ansiosa... anseio pelo meu descanso ainda com mais intensidade... os últimos minutos são sempre os que mais custam a passar...

domingo, 13 de junho de 2010

Espiral destrutiva



Ao conversar com alguém, não há muito tempo, dei por mim a pensar que por vezes não importa o que uma coisa nos magoa, porque deixá-la dói muito mais... eu sei bem que isso é verdade e compreendo perfeitamente como é que nos podemos deixar arrastar por essa espiral de dor porque eu mesma já lá caí, e por isso mesmo sei o quão difícil é estar no centro da espiral, querer sair e não conseguir, sentir que nos estamos a diluir e a desaparecer lentamente enquanto queremos porque não nos conseguimos afastar e não queremos porque sabemos que nos estamos a trair a nós próprios e que somos nós que continuamos a enterrar a lâmina cada vez mais fundo no nosso peito... e se custa a respirar...
Às vezes entramos por caminhos escuros que não queremos e não sabemos bem como sair de lá, mas apesar da nossa incapacidade de ver mais além, a saída está lá, ainda que ao longe, ainda que pequena, ela está lá mesmo que não a consigamos vislumbrar... custa que tenhamos de cair, percorrer o inferno onde até as lágrimas secam porque nós secamos por dentro de tão dilacerados que ficamos mas essa caminhada eventualmente acaba e finalmente a sensação de alívio e bem-estar volta a fazer parte de nós, e o mais importante é que voltamos a ser nós mesmos, a estar em contacto com a nossa essência e angústia e o sentimento de aniquilação do ego desaparece, é o renascer das cinzas, tal e qual como uma fénix... e de novo na luz olhamos para nós e contemplamos as cicatrizes que nos marcam e recordam da nossa caminhada e de novo podemos olhar com vontade e garra para a imensidão de possibilidades que se estende ante os nossos pés... e é nesse momento somos tudo e queremos tudo e não há amarras que nos prendam, não mais somos um navio naufragado, somos sim o mar imenso e rico em vida...
E porque se não há bem que sempre dure, também não há mal que não tenha fim... e a felicidade é feita de momentos e para lhe darmos valor temos de conhecer a dor, uma não existe sem a outra... é como o bem e o mal, o bem só é bem se existir o mal, caso contrário como saberíamos o que é o bem? como poderíamos diferenciar estar bem de estar mal? Seria tudo igual, a vida seria monótona porque iria correr toda no mesmo registo, não haveriam momentos bons nem momentos maus, apenas momentos todos eles com o mesmo significado, percebidos sempre da mesma maneira...
Não há ninguém que possa dizer que nunca sofreu ou que nunca foi feliz, pois todos fomos pelo menos um pouco de ambas as coisas, e não sou masoquista nem nada que se pareça, mas a verdade é que são o sofrimento e as dificuldades que nos fazem dar mais valor à felicidade e é a recordar os momentos de felicidade passados que nos faz querer ir mais além, não nos contentarmos com pouco...
Eu, quero tudo, migalhas não me convencem e nunca ficarei na sombra porque eu sou o sol e não aceito menos que isso... e sei-o por todos os maus momentos e sofrimentos pelos quais já passei, e mais ainda, por todos os momentos de felicidade completa e total que já vivi e que foram muitos, mesmo muitos.