segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Cartas de amor




Já ninguém escreve cartas de amor...
É uma pena, mas escrever cartas de amor passou de moda, quanto muito lá vai um sms, ou um e-mail... já quase ninguém se dedica a pegar num papel e lá derramar parte do que vai dentro de si...
Eu gosto de cartas, de papel, de escrever seja lá sobre o que for, nunca é demais escrever e imortalizar o momento...
É realmente uma pena que escrever cartas de amor se tenha tornado ultrapassado e que a maior parte das pessoas não saiba o que é uma boa carta de amor...
Ainda me lembro que há algum tempo estava num café, numa pausa para o almoço e estava entretida com o telemóvel quando me apercebi que alguém deixou na minha mesa um papel e saiu a correr porta fora. Fiquei espantada e lá agarrei no papel pensando que era do professor Karamba ou outro qualquer que tinha a solução para todos os problemas do mundo, mas não era um bilhete que dizia de uma forma resumida qualquer coisa como: "Olá desculpa tarte a xatiar mas keru cunhecer-te. Sou o Luís, tenho vinte e tal anos, sou pedreiro e kero ser tua amiga. Tens aki meu tml p me amandares msgs pa nos pudermos cunhecer. Jitos". A minha primeira reacção foi de surpresa, depois comecei a rir, até porque vi as empregadas do café a rir desalmadamente com a situação, e com o facto de o rapaz nem saber escrever em português...
Não sei porque é que me lembrei deste episódio hoje, mas tive de vir aqui e escrever. Tenho de reconhecer que o rapaz teve coragem de escrever o bilhete, não teve foi imaginação... também, não se pode esperar muito de um bilhete numa mesa de café... mas pronto, interpreto o acto como um elogio à minha pessoa :)
Serão estas as cartas de amor que se escrevem hoje em dia? Tão sem sal e sem imaginação...
Felizmente já escrevi e já me escreveram cartas de amor que até hoje guardo, pois são únicas, irrepetíveis e muito especiais.

As minhas cartas, as minhas cartas... umas entregues, outras nem por isso... afinal o que me importa é escrever...

Sempre gostei, gosto e vou continuar a gostar de cartas de amor. Por isso mesmo deixo de seguida uma carta de amor com séculos, escrita por Beethoven para a sua Amada Imortal que acho simplesmente divinal, e não a vou traduzir para que todo o seu sentido se mantenha inalterado.


"Good morning, on July 7

Though still in bed, my thoughts go out to you, my Immortal Beloved, now and then joyfully, then sadly, waiting to learn whether or not fate will hear us I can live only wholly with you or not at all
Yes, I am resolved to wander so long away from you until I can fly to your arms and say that I am really at home with you, and can send my soul enwrapped in you into the land of spirits
Yes, unhappily it must be so You will be the more contained since you know my fidelity to you. No one else can ever possess my heart never never
Oh God, why must one be parted from one whom one so loves. And yet my life in Vienna is now a wretched life Your love makes me at once the happiest and the unhappiest of men.
At my age I need a steady, quiet life can that be so in our connection?
My angel, I have just been told that the mailcoach goes every day therefore I must close at once so that you may receive the letter at once.
Be calm, only by a calm consideration of our existence can we achieve our purpose to live together
Be calm
Love me
Today
Yesterday
What tearful longings for you
You
You
my life
my all
farewell.
Oh continue to love me never misjudge the most faithful heart of your beloved.
L
Ever thine
Ever mine
Ever ours"

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