quinta-feira, 1 de abril de 2010

April Fools' Day



Ora o dia das mentiras... confesso não compreendo bem a origem deste dia... Até parece que não se dizem mentiras em todos os dias do ano, sejam elas mentiras inocentes, piedosas ou "cabeludas", de forma consciente ou inconsciente... enfim... acho que é um dia para celebrar um acto tão comum e banalizado uma vez que mentir parece fazer (parece não, faz) parte da natureza humana...


Eu pessoalmente detesto que me tentem enganar ou fazer de parva... não gosto de mentiras e omissões (sim, para mim, omitir ou contar meias-verdades é uma forma de mentira), não que eu seja alguma santa! Muito pelo contrário, não sou diferente dos restantes membros da raça humana... não tenho essa presunção...


Prefiro sempre uma verdade dolorosa e incómoda a uma mentira... posso não gostar daquilo que ouço mas prefiro, posso ficar "lixada da vida" mas acabo por aceitar e deitar para trás das costas e até fico agradecida pela sinceridade... mas se pressinto ou descubro que alguém me mentiu descaradamente... ou me faço de parva para não ter de me chatear ou se estiver azeda digo logo na cara, mas seja como for fico f*****! Não gosto de ser a "palhaça" para os outros... acho uma falta de respeito e consideração, porque também acredito que se erramos temos de ter a coragem de reconhecer os nossos erros e acatar as consequências... o que nem sempre é fácil, ás vezes é mesmo muito difícil porque fazemos com cada m**** que até nós próprios ficamos espantados com a nossa capacidade de fazer porcaria... e as consequências podem ser (ou não) desastrosas...


É claro que há mentiras e segredos muito bem guardados que duram anos ou uma vida inteira, mas deve ser um grande peso guardar tais segredos sozinho ou com a conivência de poucos, sim porque se forem muitos, mais cedo ou mais tarde a verdade é revelada, porque quanto maior é o número de pessoas que guardam determinado segredo, maior é a probabilidade de alguma delas se "descair" seja lá porque motivo for...


Todos mentimos, é verdade, mas sempre ouvi dizer que a mentira tem pernas curtas e não podemos mentir a todos por muito tempo, há sempre um "rabinho" que fica de fora, mas o pior é mesmo quando uma mentira gera outra para a encobrir e cada vez se vão acumulando mais e mais mentiras para tentar disfarçar algo que talvez até nem fosse assim tão grave mas que com o tempo vai crescendo como uma bola de neve e como tal vai aumentando também o seu potencial destrutivo... E a confiança uma vez perdida é muito difícil de ser recuperada, por vezes até pode ser impossível de ser recuperada... podemos perdoar claro, mas esquecer? esquecer não... aquilo que realmente nos magoa nunca esquecemos, o que não quer dizer que fiquemos irremediávelmente fechados em nós mesmos, isso não! Mas as desilusões e cabeçadas que vamos dando ao longo da vida ensinam-nos a temperar o idealismo próprio de quando somos adolescentes com uma dose de experiência e realidade, ou seja, a sermos adultos e ao mesmo tempo a mantermos a nossa criança interior, porque a idade é apenas um número e o que realmente interessa é o que temos cá dentro... e sim, é verdade que a vida nos traz inevitávelmente muitas tristezas mas também é verdade que nos traz muitas mais alegrias. Eu pelo menos escolho ver o copo meio cheio em vez de meio vazio, e é assim que me sinto bem, claro que também fico triste e me apetece ficar só com os meus pensamentos, mas é mesmo assim, depois acabo por renascer das cinzas se for preciso, e volto a ser eu com os olhos cheios de esperança, um sorriso nos lábios e a querer agarrar o mundo com as minhas mãos!


E termino esta reflexão ou desabafo com uma frase da qual gosto muito: se algum dia a vida te voltar as costas... apalpa-lhe o rabo!


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